Texto por André Schelgshorn
De fato, embalagens possuem a função primária de protegerem produtos de quaisquer segmentos (desde que tangível e lógico embalá-los) até sua venda, armazenamento, unboxing/unpacking e/ou uso. No entanto, acaba passando batido o simples mas importante fato de que este material vai acompanhar a aquisição e será também incluso no preço final do item. Portanto, a embalagem é também parte daquela aquisição.
Principalmente em mercados e PDVs em geral onde itens são dispostos de maneira visível aos consumidores, as embalagens têm o papel não apenas de entregar um produto, mas de vender.
Pense comigo: de frente a uma gôndola, caso você não possua uma marca de preferência e não souber o preço dos produtos, como vai escolher o que mais lhe atrai? Pela embalagem, mais provavelmente. É nela que você vai conferir informações sobre o produto como características, funções, ingredientes/composição, alertas, instruções e muito mais. Além do informativo, com certeza você irá reparar também na qualidade dos materiais utilizados, na arte empregada, fonte utilizada, cores, layout e em como (se houver na arte da embalagem) o produto é representado. Tudo isso forma um conjunto de pequenos mas importantes fatores que, juntos, vão auxiliar na influência da sua decisão de compra.
Dito tudo isso, o que acontece com muitos casos onde as embalagens são no mínimo questionáveis? Bom, o principal fator acaba sendo a contenção de custos de produção, ainda mais quando se fala de marcas menores. Nesse cenário, investir menos nas embalagens não é apenas necessário: é racional. O problema reside quando (e no caso, quase sempre hoje em dia) marcas de grande porte optam por diminuírem os gastos com suas embalagens, afetando negativamente sua qualidade e utilidade para o consumidor e não percebendo que uma embalagem superior poderia agregar ainda mais valor ao produto.
Alguns exemplos, por exemplo, são os de garrafas de sucos naturais. Vamos supor que as embalagens (garrafas) de uma marca fictícia produzidas em vidro e com tampas metálicas resistentes e de boa vedação muitas vezes encontrem sobrevida ante o descarte após o consumo do produto. Como isso seria um benefício para a marca? É simples: pense em quantas e quantas vezes o consumidor irá utilizar essa garrafa novamente e se recordar da marca.
Pois é, com uma simples embalagem de qualidade superior às de possíveis demais players do mercado esta marca hipotética conseguiu criar um efeito de exposição a longo prazo – tudo isso sem necessariamente investir em ações ou campanhas de marketing. Tudo resultante de uma embalagem produzida com o intuito de surpreender com a qualidade antes mesmo da degustação do seu conteúdo.
Por isso, antes de optar pela opção menos custosa para a embalagem do seu produto, leve essa reflexão sobre o potencial deste componente tão importante na jornada de compra do seu consumidor para a mesa. Claro, o tipo de produto e seu ponto de venda irão influenciar na decisão. Mas se o seu caso for semelhante ao que exemplificamos, vale a pena considerar uma embalagem bem bacana para acompanhar seu produto e de quebra dar uma força no trabalho de marketing!